quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Mais uma de amor.

 Juro que tentei deixar a janela fechada, tampando o sol, como tantas vezes ela pediu. Juro que tentei trocar minhas plantas vivas pelas artificiais. Liguei a televisão um pouco, para tirar o silêncio perturbador que reinava lá em casa, li alguns livros para ver se te esquecia. Troquei as comidas enlatadas por frutas frescas, parei de tomar sol e finalmente tirei algumas horas para dormir e tirar minha cara de ressaca.Joguei fora meus cigarros - apesar de ter certeza que mais tarde eu irei os pegar novamente - e a única bebida que ando consumindo esses dias é café e suco de maracujá, juro.
Tô tentando retomar minha vida, andei ligando para alguns antigos amigos, prometi à minha avó que ainda vou vê-la antes dela morrer, e até arranjei um trabalho legal. Andei falando com meus vizinhos, andei por aí pra ver as pessoas e até cheguei a um quarteirão da tua casa, só que por saber que ainda é cedo demais, acabei voltando pra casa.
Não se assuste com o meu silêncio, - e não tenha medo dele - eu estou com você, não importa o quão demore. Pode ser que às vezes eu pareça sombria, pensativa. Pode ser que ao invés de beijos e sorrisos, eu te traga flores e o meu silêncio. Tenho certeza, que daqui há alguns meses vou ser tudo aquilo que um dia você sonhou. E às vezes posso não ser a certa, nem conseguir chegar aos pés de uma.

Não chegar perto é fundamental, nada de troca de olhares, nem o tocar das mãos, intimidade demais é perigoso demais. Entre um gole ou outro dessa coca-cola, na qual ando bebendo desde então, eu pude finalmente te enxergar por de trás da fumaça do teu cigarro e não é isso o que eu quero. Acho que não é você que eu quero. Não é por precaução, mas prefiro ficar de longe, assim te observo melhor e posso ver as suas manias. Não estou assustada o tempo todo, é só que às vezes toda essa confusão me apavora.

Eu simplesmente não quero ter que conviver com a sua indecisão.
Você diz que eu nunca soube o que eu queria, para onde eu queria ir, o que eu queria de você. Por acaso você já tentou descobrir o que você quer de você mesma? Algo além do de praxe, algo além do carro do seu pai, algo além do seu dinheiro, algo além de me fazer sofrer, você já tentou se perguntar o que tá fazendo ai? Ao lado dessa vadia, no meio de tanto vazio, no lugar de ter aceitado o amor que eu tentei te dar? Ele podia machucar, qualquer amor pode, mas em relação à sua vida, meu amor não causaria nem uma mínima fisgada no seu cérebro.

Desculpa se cometi o mesmo erro que cometes hoje...
Esperando que o tempo passe devagar...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Meu silêncio.


Há muito venho me sentindo assim, vazia. Há muito sinto o coração acelerar, sem saber o motivo. Tenho tanto tempo sobrando, e ao mesmo tempo, não tenho tempo pra nada. Tenho tantos planos, mas não tenho coragem de concretizá-los.

Meu mundo é assim, vazio. Não consigo saber o que me faz bem, não consigo ter metas pra vida. Eu nunca as cumpro, ora por preguiça, ora porque eu esqueço. É, sou esquecida mesmo. Não lembro nem o que eu comi ontem no almoço. Agora, me pergunte o porquê disso. Vou te responder com um sorriso de canto de boca, que disso eu também não sei. Não sei no que penso, não sei o que faço, não sei qual é a roupa que eu uso.

Sei que gosto do silêncio. Gosto do meu canto. Tem vezes que o meu silêncio dói mais do que as palavras. Mas, talvez, eu goste dele mesmo assim.

Costumo freqüentar lugares movimentados, uso muito pouca maquiagem e não gosto de roupas elegantes, sem saber o porquê disso. Não me sinto bem no meio de muita gente, maquiagem faz meus olhos arderem e a roupa mais confortável é o meu pijama velho com um sapinho já desbotado. Isso não me faz bem, não é ali o meu lugar.

Um dia desses, depois de uma longa e cansativa discussão com a minha mãe, ela me perguntou o porquê de eu ser assim. Parei, pensei, refleti, e a respondi, que eu também não sei. Só disse a ela que ela é a única que me vê do jeito que eu sou. Sem ter que fingir ser outra pessoa para agradá-la. Vou a boates, shows, festas, tenho vida social. Mas nada disso é o que eu quero, o que eu gosto. Por muito tempo, achei que era aquilo que me fazia bem. Há pouco, descobri que o que faz bem é o meu silêncio. É ele que ameniza meus problemas, ele que me acalma.

Já tem um tempo que me escondo. Quando tinha oito anos de idade, me mudei pra uma nova casa. Bairro novo, escola nova, vizinhos novos. Sempre fui cercada por primas e vizinhas legais. Chegando à minha nova casa, todas as “coleguinhas” eram mais velhas que eu. Tive que me mudar, pra elas brincarem comigo. Falava de roupas cor – de – rosa, de brilho labial, de maquiagem. Já eu era confundida com um garotinho de rua, andava com meninos, com um short largo e tinha o cabelo curto, bagunçado. Definitivamente, não era uma “delas”. Implorei para a minha mãe comprar a casa da Barbie pra mim, com todos os acessórios possíveis. Em poucos dias, a vizinhança toda sabia, e quase fizeram uma fila na porta da minha casa para ver meu novo brinquedo. Gostei daquela história de ser “popular”. Todo fim de semana eu montava a casinha, para todas as minhas “coleguinhas”. Naquele tempo, gostava daquilo, mas depois de um tempo, descobri que eu usei máscaras durante toda a minha vida.

Fui alguém que não sou para agradar as pessoas, para agradar meus amores, para agradar meus amigos. Sempre fingi ser simpática, ser amiga, ser legal, quando não sou, quando não me faz bem. Sempre fingi ser alguém que me faz mal, que não liga pro sentimento dos outros, que não sabe o que é solidariedade. Foi debaixo de muita chuva que eu fui ver quão mal eu fui com as pessoas. Vi, que não as deixo, são elas quem me deixam. É, mas um dia as pessoas cansam de tentar me entender.

Mil desculpas a todo mundo. Principalmente a você, que acreditou que eu sempre fui muito mais que isso!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010


    Desculpa, se estive alcoolizada demais pra você.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


Quando eu tô sozinha, eu fico revivendo o passado. Procuro saber o que é que eu fiz para aquilo tudo não ter dado certo. Quando eu tô sozinha, eu busco resposta para o que ficou em branco. Talvez eu devesse ter me libertado um pouco mais, ter sido menos fantasia, mas a ilusão é ouro de trouxa; quisera eu poder contornar uma situação em que eu  sempre sou a culpada, e você, sempre tem razão. Pra mim, é fácil fingir que não ligo para o que você diz ou faz, quem me vê, acha que já és passado. Mas quando eu tô sozinha, debato em frente ao espelho, minha metade sã me pede para respirar. Quando eu tô sozinha, eu fujo de mim, tento encobrir meu desespero com poesia. Enquanto eu busco respostas para os meus devaneios, você se diverte entre fumaça, álcool e beijos. Um dia, eu ainda viro o jogo, um dia, deixo de brigar com o espelho e me livro de você e de tudo o que me faz mal.. Assim como flores murchas não alegram o dia de ninguém.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


Me volto contra a chuva. Sempre com esse tom de guerra, me deixa ainda mais melancólica.
Um, dois, cinco cigarros de uma só vez, ainda não são suficientes para amenizar a minha agonia.
A cerveja que antes fora só em ocasiões especiais, é bebida no lugar da água. Esqueci de trocar as toalhas, fiquei perdida ao procurar o telefone.
Me vejo ainda mais decadente. Troquei meia vida por um pouco de lucidez.
Esquecendo do mundo e sendo esquecida por ele.
Certas coisas andam tão complexas que a tradução delas, só as tornariam ainda menos compreensíveis.
E falta de compreensão é o que eu menos preciso.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010


Me encontro em coerência, te acho em acaso. Disfarço necessidade com ironia. Tropeço sempre nos mesmos versos, você canta sempre uma nova melodia. Me vejo em bossa-nova, meio jazz; Te encontro num rock, às vezes, num blues. Ainda cuido do que é ETERNO... Espero que o dia chegue devagar.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um pequeno desabafo.

Para não sofrer eu vou me drogar de outros, vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente.

Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar.

Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.

E por que vendo tanto meu corpo e tão pouco minha alma? Porque quero ver você comprando o que realmente quer e não enganando querer para levar a promoção.

Cansei das promessas de compra e das devoluções gastas do meu corpo. Cansei de expor minha alma se no fim tudo acaba mesmo. Então tá aqui ó: peitinhos, coxas, barriga e o buraco que você tanto quer. ;)

Leve de uma vez e me engane por alguns dias. Você é igual a todos os outros e todos os outros são: lixo. O amor não existe, e, se existe, não dura pra sempre. E, se não dura pra sempre, não é amor. E nada dura pra sempre. E então o amor não existe.

Estou amarga com simplicidade, e isso é relaxante já que vivo cheia de complicações. A amargura é muito mais simples que a esperança. Estou triste do tamanho do buraco sem vida que você deixou em mim, uma concavidade sonhadora que ainda pulsa um desejo que ao mesmo tempo enoja.

Ainda sinto VOCÊ aqui dentro e toda a energia boa de vida que esta lembrança poderia gerar em mim, mas essa energia sem escape, sem válvula, sem história, essa energia inocentemente transformada em ódio, só carrega ondas que me corroem por dentro.

Mas para não sentir dor eu vou jurar ao último ouvido do meu universo o quanto você me faz descartavel. O quanto sua molecagem não permitiu nenhuma admiração de minha parte.

Para não sofrer não vou permitir minha cabeça no travesseiro antes do cansaço profundo e sem cérebro. Não vou permitir admirar coisas da natureza porque talvez eu me lembre de você ao ver algo bonito.

Não vou permitir silêncios porque é aí que o meu fundo transborda e a tristeza pode me tomar sem saída. Eu vou continuar deixando a minha cabeça me martelar porque toda essa confusão é ainda menos assustadora do que a calmaria da verdade.

A verdade é a frieza do mundo, é a podridão dos desejos, são as mentiras que a gente inventa para os outros e acaba acreditando. A verdade é que mais cedo ou mais tarde você será traído, porque todo mundo tem medo de viver a entrega. A verdade é que ninguém se entrega porque ninguém se tem. A verdade é que não estamos aqui, estamos em algum lugar seguro vivendo nossas vidas medíocres. A verdade é que todo esse perfume é vergonha de nossa essência, todas essas marcas são vergonha do nosso corpo, todo esse charme despretensioso é vergonha de nossas fraquezas. A verdade é que nada é inteiro porque até o inteiro para ser todo precisa ter seu lado vazio. A verdade é que não dá para fugir da dor, e eu continuo correndo, correndo, correndo e não saindo do mesmo lugar.

Desabafei.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso aguentar.

Tentando disfarçar o cansaço.