domingo, 30 de maio de 2010

Não é fácil escrever...
Quanto mais escrevo, mais a vontade de escrever me consome.
Quanto mais me pergunto, menos respostas encontro e quanto mais me aprofundo, menos me vejo por fora.
Não é fácil escrever.
As entrelinhas parecem para guardar pesadelos sombrios.
Os parágrafos apresentam nostalgias loucas e os temas, são sempre melodias que nunca saem do ar.
Mas é bom escrever.
Nem que seja para um desabafo. 
Uma forma de guardar o que sinto de tal maneira, como se gritado, alguém pudesse me pegar a qualquer momento.
É um dom, talvez, seja.
Um dom divino, um dom oculto, um martírio.
É sentimento.
Sentimento de amar, sentimento de dor, sem ao menos, se sentir.
É vertigem, é coragem, é caminho.
Eu sou um mistério, eu vivo um mistério...
Eu escrevo.

domingo, 16 de maio de 2010

Dois.

Eu a amo, apenas sozinha.
Porque aquele gosto doce da tua boca ficou em meus lábios. 
Aquele toque arrepiante ainda dá choque em minha pele e aquela voz, ora tão seria, ora tão audaciosa, ainda perpetua meus ouvidos.
Eu a amo, e mais, desejo.
Porque aquele olhar tão significativo do qual eu sabia exatamente o que queria dizer, ainda ronda a minha memória. Aquele cheiro tão provocativo ainda tira meu sono e as palavras me enlouquecem.
EU TE ESPERO, perdida.
Pela forma com que teus dedos traçavam meu corpo, pelo suor da tua pele junto a minha e pela tua respiração ofegante em meu pescoço.
Eu te quero, na minha.
Sem mais demoras e sem sufoco, sem reclamações e ironias, sem gestos e palavras mal ditas.
Nós duas, uma só, apenas.
Nas encostas da noite, vivendo um amor com sabor de proibido perdido nos encontros e desencontros da vida com um coração que bate acelerado diante de cada suspiro seu.
Mas é só sonho, delírio.
 
A cada momento que passa me acostumo com a certeza de que você já não esta mais aqui.
E assim eu sigo a minha vida: com as lembranças inesquecíveis de um toque e um beijo sem igual; sombra do passado e de um futuro incerto.
Eu ainda a amo, mas, apenas sozinha.
EU TE ESPEO, perdida...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Você!

Que surgiu naquela tarde, como quem não queria nada, me ofereceu um cigarro e me fez sorrir,
que brincou com meus cabelos, interpretou meus sonhos e traduziu coisas da vida pra mim.
Você.
Que me abraçou quando eu precisava e me mostrou o amor do decorrer de cada dia.
Que trazia meu café na cama, dormia juntinho a mim e aguentava meus chutes na madrugada.
Você, só você.
Que desenhava e tecia planos de um amanha sem fim.
Que teimava comigo e me fazia pedir desculpas por coisas das quais não fiz.
E não há ninguém, não, não há. Só você.
Porque são meus, teus melhores sonhos.
Porque foram contigo meus dias inesquecíveis
Porque foi comigo a sua noite perfeita.
Você, mais ninguém.
Porque é o teu corpo que o meu pede, é a tua mão que quero junto a minha.
Você, só você.
É o seu cheiro que grudou em mim, é o seu gosto que não sai da minha boca.
Não, ninguém mais.
Porque é você que conhece minhas manias
É você que sempre soube me convencer,
Foi você que me mimava, que me amava, que me enlouquecia...
Você.
Sempre foi a exceção, o diferente, o imperfeito
Só você
Meu amor em escrito, meu segredo, minha alegria.
Você.
Pra quem fiz meus mais sinceros votos de amor...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Antes de te conhecer, já tive outros amores.
Depois de ti, amei com mais calma.
Com você, vi que não precisei pensar em gentilezas.
Antes de você, não sabia o quanto era bom compartilhar silêncios e suspiros.
Antes de ti, eu não me dava chances.
O que sobrou de ti... Foram as músicas que já não ouço mais e meias fotografias.
Sabia que ainda me dói falar de ti como passado?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Por ela, pra ela.

Eu nasci pura lógico, sem saber que no coração dos outros poderia haver maldade,
Ou que na maldade de muitos não haveria se quer um coração.
No dia em que descobri o que era amar alguém aprendi imediatamente o que é se machucar,
Entendi como era possível sofrer por amor, aquele lindo que te faz desenhar corações na última folha do caderno lembra?
É, ele quase sempre dói, em mim doeu, e eu senti vontade de rasgar as folhas, de riscar os nomes, de apagar da memória,
De chorar até cansar, e quando isso acontecesse deitar-me no rio de lágrimas e afogar-me nas lembranças.
E foi assim que eu deixei de existir por um tempo e ela tomou conta da situação.

Ela chegou deixando claro o que queria, ou o que não queria,
Decidida, intolerante aos sentimentos alheios, livre pra livrar-se dos seus,
Foi muito intensa em tudo que fez, muito verdadeira em tudo que falou,
Muitas vezes áspera, seca, gelada.
Ela se divertiu, deu gargalhadas, mas feliz mesmo nunca foi,
Quando sentiu falta dessa tal felicidade que via nos outros rostos ela buscou,
Procurou em todos os lugares, mas esqueceu de olhar pra dentro de si,
Então ela me chamou de volta.

Agora eu voltei,
Intensa como ela, porém sensata,
Um pouco mais doce,
Mas sem perder o azedo que ela me deixou, é claro,
Sou agridoce.
As palavras continuam fluindo sem freios,
Mas agora não saltam como flechas da minha boca,
Saem como um rio, as vezes forte,
Flexíveis, e sempre se moldam as pedras que vem pelo caminho.
Ai que saudade eu senti de borboletas voando no meu estômago!
Hoje eu vôo com as borboletas, pra longe de tudo que me prende a ela.
Ela gostava do gelado, sempre gelado,
Eu devo adimitir que gosto, mas ainda prefiro o quente,
Gosto que ferva, queime,
Adoro ebulições.
Até aceito o gelado, mas morno jamais!

Não sei se ela volta um dia, e se voltar quando será esse dia,
Mas eu estou aqui, estou pronta pra viver por nós duas,
Vou ensinar pra ela como é bom ser flor e não espinho.
Vou ter, pensar, fazer, vou ser,
Eu.