segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu só queria poder falar sem usar palavras ou sons, qualquer coisa que pudesse ser entendida por outra pessoa que não fosse nós.
Usar códigos, símbolos, nossos sinais para dizer tudo o que tenho guardado e que sei que nunca será jogado fora, mesmo que o tempo, o vento e a dor sejam corretivos que apagam sentimentos e sentidos.
Crueldade do tempo avançar e deixar pra trás as horas que antes eram eternas e que hoje se resumem a apenas 60 minutos.
Eu só queria falar a verdade e não machucar, ou até mesmo criar um momento não tão bom no dia, pelo fato da saudade estar tão bem controlada e no seu lugar.
Sei que não adianta agitar a poeira ou assanhar a água, nada voltará e nunca voltará como antes, querendo ou não que o futuro se repita do passado ou que se desenhe do presente.
Queria falar que te amo sem sentir culpa ou desapego ao passado que te fiz, sem querer mudar a tua trajetória agora tão bem trilhada em rumos paralelos, em cima de trilhos de trem que não se cruzam.
Queria que um bem chegasse e tomasse conta dos nossos dias, das tardes chuvosas e das noites estreladas por vagalumes e iluminadas pelos brilhos dos teus olhos.
Eu queria simplesmente ver nosso filho com meus próprios olhos e ficar no meu lugar assistindo ele, que cresce, amadurece e floresce em verdes campos... vendo VOCÊ errar, amar, sorrir, ou simplesmente falar que a vida é bela (sem crises existenciais ou afins).
Eu só queria ser como você, e ver o mundo como se nunca ouviu...
E ouvir com outros olhos.

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