Tava há muito querendo escrever mais, com mais frequência, atualizar o blog, organizar pensamentos soltos e, aquele meu costume de desabafar no papel.
Mas sempre me deixava consumir pelo tempo corrido dos dias repletos de compromissos, ou por me sentir muito ocupada nos momentos de ócio, tendo que aproveitá-los ao máximo. Tive alguns textozinhos na cabeça, que nao sairam dela, tive vontade de escrever, tive duas ou três ideias, mas perdi na poeira. Não estive muito triste ou angustiada ou profundamente abalada esses dias, nem tive uma grande e insuportável alegria que me obrigasse a escrever, desabafar, romper, registrar. Não senti necessidade de escrever. Tenho que parar com essa mania de escrever apenas sob fortes emoções. Eu nao gosto de pensar que eu só tenho textos emotivos, aquele transbordamento de sentimentos, que as vezes me levam a metáforas baratas. Aliás, eu ainda estou no processo de ADAPTAÇÃO dos meus sentimentos sem intensidade. Cheguei a pensar na palavra equilíbrio, mas desisti dela, temi o clichê. Tenho temido clichês, sabe-se lá o porquê. Nem quis chamar minha alegria de agora de alegria, por achar que ela pode ser mais uma das alegrias catalogadas. Parece até uma busca por originalidade, busca por uma alegria legítima, por uma paz de espirito original, qualquer coisa assim nova, novidade. Mas a medida que eu falo, falo, falo da vontade do incomum, do novo, legítimo e original, eu tropeço, e pá, dou de cara com a falta de tudo isso. Dou de cara com o temido clichê, afinal, nao querer ser cliche é tão... CLICHÊ. Deixa ser. A alegria minha de agora é a alegria comum, é a simples alegria sem saber por quê e pra quê. É a alegria de um dia simples, de uma conversa simples de todo dia, do jantar com pai e mae de todo dia, do boa noite amor, boa noite mãe de todo dia. Daquele velho café do curso no inicio do dia, acreditam que estava quente? rs
Eu tô feliz e muito feliz e nao tô querendo carregar isso aqui de intensidade porque eu percebi essa felicidade tão naturalmente, tão sem um motivo que se diga especial, original. Tô feliz e só. E é a felicidade, que eu mesma chamei, de clichê. Nem é. Clichê é querer não-ser-cliche. Termina sendo uma felicidade forçada, como se a felicidade precisasse de uma fórmula, de motivos preestabelecidos. Eu hein, acho que tô ficando caduca, rs.
Agora sim, feliz sem saber, sem me dar conta toda hora disso, sem motivo escolhido, felicidade barata, felicidade clichê, clichê não, rs, apenas sem classificação.
Ainda bem que eu tenho um cigarro pra fumar.